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   Porto Alegre, terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

   
O primeiro brasileiro assassinado pela ditadura – tenente coronel aviador Alfeu de Alcântara Monteiro –, mártir da luta pela democracia!

Raul K. M. Carrion | Historiador | 04.04.2024


 

O Tenente-Coronel Aviador Alfeu de Alcântara Monteiro nasceu em Itaqui – fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina –, em 31 de março de 1922, tendo como pais João Alcântara Monteiro e de Natalina Schenini Monteiro.

     Em 1941, ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro.

     Em 1942, transferiu-se para a Escola da Aeronáutica, de onde saiu aspirante em 1943, sendo designado para servir na Base Aérea de Fortaleza.

     Em 1946 foi promovido a 1º Tenente- Aviador, servindo na Base Aérea de São Paulo.

     Em 1947, retornou à Escola de Aeronáutica do Rio de Janeiro, onde foi merecedor de elogios por “suas qualidades de caráter e esmerada educação, aliadas à correta noção de disciplina e dos assuntos profissionai, que o fazem apontar entre os oficiais de escol da FAB”. Nessa época, também serviu na Base Aérea de Natal.

     Por seus méritos, integrou o grupo de oficiais aviadores que em 1948 foi buscar aviões de combate adquiridos dos Estados Unidos. No final dos anos 40, início dos anos 50 – já promovido a capitão-aviador –, tornou-se um dos primeiros instrutores para os bombardeiros B-25, recém chegados ao Brasil.

     Nos anos seguintes, serviu em Natal, Rio de Janeiro, São Paulo e Canoas. Reiteradamente, recebeu elogios em sua folha de serviço, pela participação em eventos esportivos e em manobras de campo, simulando combates, ressaltando a sua capacidade de superar dificuldades e precariedades decorrentes da falta de suprimentos ou de aviões adequados. Em 1957, recebeu um elogio por escrito do Brigadeiro do Ar Nelson Freire Lavanère Wanderely, do Comando da 1ª Zona Aérea.

     Em 1958, realizou o curso do Estado-Maior da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, e passou a integrá-lo em 1959. Em dezembro de 1959, serviu na Sub-Seção do Exterior do Comando de Segurança Nacional. Nos elogios recebidos nessa função, destacam-se as expressões: “discreto, trabalhador e inteligente”, “personalidade marcante”, “destacado piloto da FAB”, “correção e franqueza de atitudes”, “espírito de cooperação”, “impecável apresentação”. Em outro elogio, datado de 27 de julho fde 1960, é dito: “Embora constantemente solicitado para cumprir seus deveres como piloto da FAB, tem em dia seus encargos”.

     Alfeu de Alcântara Monteiro serviu no Comando de Segurança Nacional até fevereiro de 1961, quando foi exonerado, ficando 90 dias sem função, ao que dizem por não ser simpático a Jânio Quadros. Após, foi designado para Recife. Nessa ocasião, enviou carta ao Ministério da Aeronáutica, solicitando servir no Rio Grande do Sul. Algum tempo depois o seu pedido foi aceito, tendo sido enviado para a Base Aérea de Canoas.

     Em 25 de agosto de 1961 – pouco depois da sua transferência para a Base Aérea de Canoas –, o então Presidente Jânio Quadros renunciou ao cargo – em uma tentativa de autogolpe, planejando retornar ao governo “nos braços do povo”, com apoio militar e superpoderes. Mas “o tiro saiu pela culatra” e a sua renúncia foi aceita de imediato pelo Congresso Nacional.

     Diante do veto dos ministros militares à posse do vice-Presidente João Goulart, que estava no exterior, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, deflagrou o “Movimento da Legalidade”, mobilizou a Brigada Militar e a Polícia Civil, criou a “Rede da Legalidade” e levantou o povo gaúcho e brasileiro em defesa da Constituição e da posse de João Goulart.

     Os Ministros Militares determinaram, então, que o esquadrão de caças da Base Aérea de Canoas, da 5ª Zona Aérea, bombardeassem o Palácio Piratini, tirassem do ar a Rede da Legalidade e submetessem pela força Leonel Brizola e todos os que o apoiavam.

      Nessa hora, agigantou-se a postura legalista do Tenente-Coronel Aviador Alfeu de Alcântara Monteiro e a coragem democrática dos suboficiais e sargentos da Base Aérea de Canoas.

     Diante da ordem dos ministros militares de bombardear o Palácio Piratini – acatada pelo comandante da Base Aérea de Canoas, coronel-aviador Honório, e pela maioria dos oficiais aviadores – os suboficiais e sargentos, alertados pelo Capitão legalista Alfredo Daudt, se rebelaram, esvaziaram os pneus dos aviões, desativaram o seu armamento e enfrentaram os oficiais golpistas. Segundo relato do Tenente Coronel Avelino Iost (OS SARGENTIOS DA LEGALIDADE, de Ney de Moura Calixto), “rapidamente os sargentos combinaram medidas para evitar o bombardeio. Em silêncio, as equipes desligaram o comando das bombas, enquanto outros técnicos reduziram a pressão do ar dos pneumáticos dos aviões. Assim, a decolagem não seria possível e as metralhadoras não funcionariam.

     Com a fuga do comandante da 5ª Zona Aérea – Brigadeiro Aureliano Passos – e do comandante da Base Aérea de Canoas – Coronel Honório –, o Tenente-Coronel Aviador Alfeu de Alcântara Monteiro, que fazia parte do QG da 5ª Zona Aérea assumiu o comando. Assim, o controle da Base Aérea de Canoas passou para mãos legalistas, impedindo o seu uso contra o “Movimento da Legalidade”.

     Segundo o Tenente Coronel Aviador Avelino Iost – que escreveu um livro sobre os acontecimentos de 1961 na Base Aérea de Canoas –, ali foi selada a sorte de Alfeu. “Ele ficou assinalado de morte, todos nós, mas ele é o que não podia escapar”.

     A tentativa de golpe militar de 1961 foi derrotada, mas João Goulart só conseguiu assumir – em 7 de setembro de 1961 – aceitando ser presidente sob um “regime parlamentarista de ocasião”, votado às pressas pelo Congresso Nacional. Posteriormente, um plebiscito nacional reestabeleceu o presidencialismo no Brasil

     Quando, quase três anos depois, aconteceu o golpe militar de 1964, novamente o Tenente Coronel Alfeu de Alcântara Monteiro posicionou-se em defesa da Constituição e da Democracia.

     Tendo completado 42 anos em 1º de março de 1964, nesse momento Alfeu se era o subcomandante da Base Aérea de Canoas. Quando ficou claro que se tratava de um golpe contra o governo legítimo do país, novamente os suboficiais e sargentos tomaram a Base Aérea de Canoas. O comandante retirou-se e o Coronel Alfeu assumiu o comando, colocando a Base de prontidão, disposto a defender a Constituição.

     Na noite de 1º de abril, quando chegou a informação de que um comando golpista pretendia sequestrar o presidente João Goulart, na pista do aeroporto Salgado Filho – onde ele desembarcaria na madrugada –, Alfeu convocou voluntários e trinta se apresentaram. “Fomos em jipes, percorremos a pista de ponta a ponta e, depois, ficamos posicionados nas cabeceiras, armados de metralhadoras”, lembrou o Tenente-Coronel Avelino Iost, que comandou a operação, em depoimento à REVISTA JÁ, em 2014.

     Quando, na manhã de 2 de abril, João Goulart decidiu não resistir, o Coronel Alfeu determinou recolher o armamento ao arsenal, relaxou a prontidão e ficou à espera de novo comando.

     Mas a sua morte já estava decidida. A sua postura legalista – primeiro em 1961, a favor da posse do vice-presidente João Goulart, depois em 1964, em defesa da Constituição – lhe custou a vida em 4 de abril de 1964, quando foi assassinado na Base Aérea de Canoas.

     Em matéria publicada em 4 de abril de 2020, na REVISTA JÁ ON LINE, o jornalista Elmar Bones, relata os fatos que levaram à execução de Alfeu de Alcântara Monteiro e transcreve palavras do já citado Tenente Coronel Aveline Iost:

Na tarde de 4 de abril, o presidente João Goulart desembarcava na base aérea de Pando, no Uruguai, onde se buscou asilo. No mesmo dia, pousou na Base Aérea de Canoas, o avião com o novo comandante, brigadeiro Nelson Lavanére Wanderley, e uma escolta de oficiais chefiados pelo coronel-aviador Roberto Hipólito da Costa. O coronel Hipólito era um “linha dura”, autor de um plano frustrado para derrubar o avião de João Goulart meses antes do golpe. ‘Já em 1952, o coronel Hipólito fora denunciado por torturar presos políticos. Sargentos da Base Aérea de Natal levaram um dossiê ao general Arthur Carnaúba’, registra Avelino Iost numa compilação que fez dos fatos daquele período. [...] Avelino Iost conhecia um dos oficiais que vieram com o coronel Hipólito: ‘Ele me disse que, na saída do Rio, ouviu que disseram ao Hipólito: Você vai para segurar o Alcântara […] Segurar na bala.’, conta Avelino Iost.

     Devido às circunstâncias da época e à total falta de transparência quanto às ações repressivas da ditadura militar, persistem dúvidas sobre a forma exata como foi morto o Tenente-Coronel Aviador Alfeu de Alcântara Monteiro, o primeiro brasileiro executado pelo regime militar.

     Segundo o livro “Direito à Memória e à Verdade”, da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos:

[...] o coronel médico Medeiros [...] da Aeronáutica relatou [...] que no dia 04/04/1964 servia na Base Aérea de Canoas, onde Alfeu Monteiro era subcomandante e não aderira ao golpe militar, juntamente com seus subordinados, sargentos e soldados. Naquele dia, pela manhã, chegou o comandante recém designado da 5ª Zona Aérea, brigadeiro Nelson Freire Lavanère-Wanderley, que determinou a prisão de todos os rebelados. Faltava o coronel Alfeu. Quando chegou a sua vez de receber a voz de prisão, ele reagiu: ‘Retira essa ordem!’ – gritou Alfeu, ‘É ilegal. Eu estava defendendo a autoridade legítima, eleita pelo povo. Tu não podes me prender!’”

Há versões colidentes sobre o contexto exato da morte. Prevalece a versão de que o brigadeiro Lavanère e o coronel Roberto Hipólito da Costa trouxeram Alfeu para uma sala fechada, de onde se ouviram tiros após numa discussão. Num dos registros, o tenente-coronel teria sido vítima de rajada de metralhadora nas costas, com 16 perfurações apontadas numa perícia médica. [...] O brigadeiro Lavanère-Wnderley foi o primeiro ministro da Aeronáutica de Castelo Branco”.

     Em sua biografia do Tenente Coronel Aviador Alfeu de Alcântara Monteiro, publicada no site http://agenciacartamaior.uol.com.br/agencia.asp?id=838&coluna=boletim, o Professor Flávio Aguiar, editor da TV Carta Maior, afirma:

Lavanère Wanderley se apresentou na Base acompanhado pelo Coronel Aviador Roberto Hipólito da Costa. Por volta das 21 horas do sábdo 4 de abril de 1964, reuniram-se numa sala do Comando. Estavam somente os três. Segundo informações da imprensa houve um tiroteio. [...] Uma versão diz que ‘elementos de segurança’ acorreram e alvejaram o Tenente-Coronel. Outra, que foi a versão levada a julgamento, estabeleceu que o autor dos disparos contra o Ten. Cel. Foi o Coronel Hipólito. [...] Tempos depois, o Coronel Hipólito foi a julgamento no Rio de Janeiro, sendo absolvido. [...] versões extremas falam em assassinato com dezesseis tiros de metralhadora, ou com um único tiro, disparado pelo Coronel Hipólito [...]. Sobre o acontecimento, obtive depoimento da filha do Tenente Coronel, Malena Monteiro.

Conversamos em 22 de maio de 1983, em Brasília [...]. Disse também que que por ocasião da morte do pai a família recebeu cinco passagen para ir do Rio a Porto Alegre, da Varig, mas chegaram atrasados ao enterro, que se deu no dia 5 de abril, no Cemitério de São Miguel e Almas [...]. Depois, no Rio, foram perseguidos e ameaçado por oficiais da Aeronáutica, o que fez sua mãe mudar-se para a Inglaterra.

No dia da morte do pai, ela disse terem os três, Lavanère, Alfeu e Hipólito, se dirigido para um gabinete do QG. Fecharam-se lá dentro e, depois de uma discussão, ocorreram os disparos. O tenente Coronel foi atingido por oito disparos, sendo quatro pelas costas e quatro pela frente. Como os disparos estavam em linha ascendente, suspeitou-se de uma metralhadora, mas é verdade que uma pistola utomática faria o mesmo efeito. Supõe-se que ao ser atingido pelas costas ele tenha se virado e recebido novos disparos pela frente.

[...] quem acorreu de fora para dentro foi o ajudante de ordens do Tenente Coronel. Ele, ao entrar, deparou-se com a cena consumada. Disse-me que este rapaz também foi perseguido pelos vencedores do golpe, bem como vários sargentos e oficiais da Base, entre eles o Capitâo Alfredo Daudt, que estava presente na Base no momento do tiroteio. [...]

Em nenhum momento, em nenhum documento, encontrei referência a exame de balística nas armas presentes. [...]

A versão de que foi atingido por ‘dezesseis tiros’ cabe na de que levou oito, pois como se sabe, um tiro nas condições em que estavam atravessa o corpo. Se o Tenente Coronel foi atingido por oito, teria dezesseis orifícios pelo corpo.

     Já o Dossiê dos mortos e desaparecidos, elaborado pelo “Comitê Brasileiro pela Anistia, Secção do Rio Grande do Sul”, publicado em 1984 pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, ainda durante a ditadura militar, afirma:

ALFEU DE ALCÂNTARA MONTEIRO

Coronel Aviador.

Fuzilado no dia 4 de abril de 1964, na Base Aérea de Canoas, Rio Grande do Sul.

A perícia médica constatou que o Cel. Alfeu foi assassinado pelas costas por uma rajada de metralhadora, tendo sido encontrados 16 projéteis em seu corpo.

Com base nessa perícia e nos depoimentos de vários oficiais que presenciaram o assassinato, a família do Cel. Alfeu moveu um processo incriminando o principal responsável e autor dos disparos, o então Cel. Roberto Hipólito da Costa que, apesar das inúmeras evidências, foi absolvido.

     E o jornalista Elio Gaspari, no seu livro A DITADURA ENVERGONHADA, registra:

No dia 4 de abril, o coronel Roberto Hipólito da Costa matou a tiros seu colega Alfeu de Alcântara Monteiro”.

     Refletindo a quase unanimidade de opiniões sobre as circunstâncias da morte do Tenente Coronel Alfeu – só contestadas pelos agentes da ditadura – a Wikipedia relata:

[...] em 4 de Abril de 1964, no quarto dia do golpe que deu fim ao governo do então Presidente da República João Goulart, na Base Aérea de Canoas, o Tenente-Coronel foi convocado à comparecer ao gabinete do comandante interventor do Quartel-General da 5ª Zona Aérea em Canoas, o Major-Brigadeiro Nélson Freire Lavanère-Wanderley, que havia assumido o posto naquele dia, ordenando a prisão de vários militares legalistas. O Major-Brigadeiro estava acompanhado do Tenente-Coronel Roberto Hipólito da Costa (sobrinho do general e futuro ditador Castello Branco), que ficou conhecido por seu papel nos planos terroristas da Operação Mosquito, que tinha por objetivo abater o avião da FAB chamado Viscount, que transportava o Presidente da República João Goulart.

Sendo um dos primeiros oficiais legalistas a levantar-se em defesa da democracia, Monteiro foi assassinado a tiros sob o comando do então Major-Brigadeiro Nélson Freire Lavanère-Wanderley, cujos disparos foram executados pelo Tenente-Coronel Roberto Hipólito da Costa. A dupla de oficiais executou o Tenente-Coronel Monteiro, por conta de suas exortações em prol do respeito à Constituição vigente, restando-lhe tempo, apenas de pegar em seu revólver de pequeno calibre (cal. 32) ao ser vítima de disparos de metralhadora. Alegando que haviam agido em legítima defesa, os dois oficiais foram absolvidos em um inquérito realizado subsequentemente pela Justiça Militar da época.

     Em 27 de agosto de 1996, a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos – criada pela Lei nº 9.140, de 4 de dezembro de 1995 – reconheceu a responsabilidade subsidiária da União pelo ato criminoso que vitimou o Tenente Coronel Aviador Alfeu de Alcântara Monteiro e concedeu aos seus familiares a indenização simbólica de cem mil reais.

     Em dezembro de 2017, a sentença do juiz Fabio Hassen Ismael, da 2ª Vara Federal de Canoas, julgou parcialmente procedente a ação civil pública ajuizada do Ministério Público Federal contra a União, determinando: "A) declarar a morte do Tenente-Coronel Alfeu de Alcântara Monteiro como decorrência de disparos efetuados pelo Tenente-Coronel Roberto Hipólito da Costa, sob o comando do Major-Brigadeiro Nélson Freire Lavanère-Wanderley, ocorrido no Quartel General da 5ª Zona Aérea de Canoas/RS (atualmente 5º COMAR), no dia 04/04/1964, próximo das 21 horas, por motivações político-ideológicas decorrentes do regime militar instaurado; b) determinar à União que proceda à exclusão e à retificação de dados constantes dos registros militares e da Rede de Integração Nacional de Informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização (Rede Infoseg) relativos ao Tenente-Coronel Alfeu de Alcântara Monteiro, que envolvam atos de perseguição política e de condenação na Justiça Militar ocorridos no período de 1946 a 1988, sobretudo decorrentes das ações executadas em 04 de abril do ano de 1964 na 5ª Zona Aérea de Canoas/RS, com exclusão dos registros de legítima defesa; c) determinar a retificação da causa da morte constante da certidão de óbito de Alfeu de Alcântara Monteiro, nos termos expostos na fundamentação."

     Esta sentença transitou em julgado em março de 2018, sem que a União tivesse recorrido.

     De forma similar, em 27 de março de 2019, a Justiça brasileira acolheu ação civil pública do Ministério Público Federal e reconheceu Alfeu de Alcântara Monteiro como o primeiro brasileiro executado pela ditadura militar de 1964.

     Para homenagear o Tenente Coronel Alfeu de Alcântara Monteiro, por sua luta em defesa da democracia, a Câmara Municipal de São Paulo denominou “Rua Alfeu de Alcântara Monteiro” um logradouro público no Bairro Tremembé.

     Da mesma forma – em reconhecimento aos seus atos de patriotismo e em defesa da democracia –, a Câmara Municipal de Canoas/RS aprovou, em 18 de junho de 2015, o projeto de lei do vereador Ivo Fiorotti (PT) denominando “Praça Coronel Aviador Alfeu de Alcântara Monteiro” um logradouro público localizado na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Niterói.

     Alguns anos antes, em 11 de agosto de 2006, a Bancada do PCdoB na Câmara Municipal de Porto Alegre – formada pelo vereador Raul Carrion e pela vereadora Manuela D’Ávila – protocolou Projeto de Lei (Proc. 4414/06), denominando “Tenente-Coronel Aviador Alceu de Alcântara Monteiro” a Rótula situada no entroncamento da Avenida Severo Dulliu com a Avenida das Indústrias, no Bairro Anchieta, nas proximidades do Aeroporto Salgado Filho. A sua votação, em dezembro de 2006, acabou sendo adiada. Com a eleição de Carrion para a Assembleia Legislativa e de Manuela para a Câmara dos Deputados, o projeto foi arquivado.

     Neste ano em que registramos 60 anos do golpe militar – com o apoio dos Estados Unidos, dos grandes meios de comunicação e parcelas da “sociedade civil – rememorar a trajetória exemplar do Tenente Coronel Aviador Alfeu de Alcântara Monteiro é nossa obrigação e serve para demonstrar que também no coração de militares patrióticos pode pulsar a defesa da democracia!