Porto Alegre, sábado, 21 de dezembro de 2024

   

Deputado Raul Carrion - PCdoB-RS

30/08/2012
Seminário Anos de Chumbo debate repressão da ditadura em Porto Alegre
Com o plenário prestigiado por históricos ativistas dos Direitos Humanos, teve início, na manhã desta quinta-feira (30), no Memorial do Legislativo, o seminário Anos de Chumbo: as estruturas informais da repressão em Porto Alegre.
 

Carrion representou Assembleia em evento sobre repressão

O evento faz parte do projeto Grandes Debates, promovido pela Assembleia Legislativa do RS, por meio da Memorial do Legislativo e da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, e estende-se ao longo do dia.
 
Representando o presidente do Parlamento, Alexandre Postal (PMDB), e o presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia, deputado Miki Breier (PSB), o deputado Raul Carrion (PCdoB) disse que o Legislativo sempre se posicionou ao lado da democracia e contra os movimentos autoritários. “Esta Casa sempre foi uma trincheira do povo contra o Golpe", disse o parlamentar. "Todos nós, que lutamos contra a ditadura tínhamos consciência do que nos esperava se caíssemos na mão do algoz. Quando fazemos eventos como este não é por motivos revanchistas, mas para trazer a história à tona para que isto não se repita”, falou.

Os debates darão ênfase ao Caso das Mãos Amarradas, ocorrido em 1966, quando o corpo do sargento do Exército Manoel Raymundo Soares foi encontrado boiando no Guaíba, com as mãos e pés atados às costas, após torturas por ele sofridas na Ilha do Presídio. A atividade é realizada em parceria com o Memorial do Judiciário do Rio Grande do Sul, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul e o Movimento de Justiça e Direitos Humanos.
 
Programação
Após a abertura do evento, a programação prossegue com a participação do ex-deputado estadual Antônio Carlos Rosa Flores, que fala sobre a atuação do Parlamento gaúcho no episódio. O ex-parlamentar foi o relator da CPI que investigou o caso durante dez meses na Assembleia Legislativa, já em pleno período de ditadura militar.
 
Os trabalhos recomeçam, à tarde, com a abordagem da Justiça, da imprensa e da História sobre o caso. Às 14 horas, o juiz estadual Adair Philippsen trata do processo criminal instaurado na época. Às 15 horas, o desembargador federal Cândido Alfredo Silva Leal Junior fala sobre a ação que condenou a União a indenizar a viúva do sargento Manoel Raymundo Soares. Às 16 horas, o jornalista José Mitchell aborda o olhar da imprensa quanto à repressão clandestina então existente. A historiadora e professora da Universidade Estadual da Paraíba Susel de Oliveira Rosa encerra as apresentações falando sobre o sequestro do Estado e os anos de chumbo.
 
A programação do seminário conta ainda com sessão de autógrafos de duas obras. A Biopolítica e a vida que se pode deixar morrer é a tese de doutoramento de Susel de Oliveira Rosa pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Nela, a autora analisa o Caso das Mãos Amarradas, entre outras mortes violentas ocorridas em Porto Alegre de 1960 a 1990. Exemplares de uma publicação produzida pela Assembleia Legislativa sobre a CPI do Caso das Mãos Amarradas serão distribuídos gratuitamente no evento.

Com informações,
Agência Alers.