Tarso disse que é natural que os "países civilizados" proponham movimentos de proteção da sua língua, como já ocorreu na França. Contudo, o governador enfatizou que não há decisão quanto à sanção ou ao veto da proposição de Carrion, aprovada na Assembleia Legislativa na sessão do dia 19 por 26 votos a 24. "Não há tendência nenhuma. Se o projeto for ineficaz, deve ser vetado", comentou Tarso, que irá consultar especialistas no tema antes de formular a sua decisão. Além da verificação da eficiência da lei, o governador disse que estudará a sua constitucionalidade. "Não tenho dúvida que o propósito é bom, mas também teremos que avaliar se isso não será um impedimento para o enriquecimento da nossa língua", afirmou.
Sobre o fato de o projeto de Carrion ter sido alvo constante de chacotas, sobretudo em redes sociais na Internet, Tarso defendeu que se trata de uma questão "séria", que não deve ser alçada ao "nível de desclassificação". Caso sancionada, a normativa obrigará a tradução das palavras estrangeiras utilizadas em propagandas, materiais impressos, vitrines e meios de comunicação. A expressão equivalente em português poderá ser colocada entre parênteses. Se não houver tradução literal, deverá ser feita a explicação do significado. A lei não restringe o uso de nomes próprios e estrangeirismos que já constem no dicionário brasileiro. Se sancionar a lei, o Palácio Piratini terá a prerrogativa de apontar os órgãos fiscalizadores e de definir a sanção para os casos de burla à normativa.
Tarso acompanhou a sessão solene realizada na quarta-feira (20), no Plenário 20 de Setembro, em homenagem aos 176 anos da Assembleia Legislativa. O governador afirmou que é importante prestigiar o parlamento ao alegar que movimentos de setores da sociedade buscam "desvalorizar a política". Ele voltou a comentar o pacote de sustentabilidade financeira, que deverá ser enviado à Assembleia ao final da segunda semana de maio para aumentar receita e estabelecer "controle" do déficit.
Fonte: Correio do Povo
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