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Deputado Raul Carrion - PCdoB-RS

22/03/2011
História do PCdoB é tema de exposição na ALERS
Para comemorar os 89 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o deputado Raul Carrion inaugurou nesta terça-feira (22) a exposição 89 anos de PCdoB.
 

Presidente da ALERS prestigiou exposição

Prestigiaram a abertura o presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde, o deputado Catarina (PSB), dirigentes e militantes comunistas. A mostra é composta por 11 banners com fotos e textos sobre momentos marcantes da história do partido. A exposição pode ser vista no Espaço dos Municípios, na Assembleia Legislativa, das 8h30 às 18h30.

A exposição retrata desde a fundação do partido, com a participação de nove pessoas que representavam 73 filiados, até hoje, quando a sigla conta com cerca de 250 mil filiados. A mostra também destaca o papel dos órgãos de divulgação do PCdoB, como jornais e revistas, entre eles o periódico “A Classe Operária”, fundado em 1925, que hoje é distribuído em todo o país.

Pronunciamento na sessão plenária

O deputado Raul Carrion (PCdoB) destacou que o partido ficou 61 anos na clandestinidade. "Não é um mero saudosismo, mas um reconhecimento de uma luta de 89 anos, de homens e mulheres que dedicaram sua vida às transformações sociais no Brasil”, disse.

Durante a sessão plenária, Carrion usou a tribuna para homenagear a trajetória do PCdoB. Lembrou que o aniversário, no dia 25 de março, marca o nascimento de um partido que sempre empunhou a bandeira do socialismo, irmanou-se com as jornadas pelos direitos do povo e pelo desenvolvimento soberano e democrático do Brasil.

“Ao encaminhar-se para os seus 90 anos, o PCdoB é uma legenda que se expande, alargando sua presença nas mais variadas esferas da luta política, social e de ideias. Organizado nas 27 unidades federativas do país, se aproxima da marca dos 300 mil filiados e aumenta o seu enraizamento entre os trabalhadores, a juventude e as mulheres”, disse. O partido também valoriza suas relações com a intelectualidade progressista e com o mundo da ciência e da cultura, lembrou o deputado.

Em 89 anos de existência, o PCdoB desfrutou de apenas 28 de legalidade. Em toda República Velha, teve apenas sete meses e doze dias de atuação tolerada. Entre 1930 e 1985, teve apenas um ano, seis meses e dez dias de liberdade. Legalizado em 1985, completará este ano 26 anos de atuação livre ininterrupta. “Por tudo que o PCdoB representa, essas comemorações não serão só dos comunistas. Serão comemorações do povo, dos trabalhadores e de todas as forças e personalidades democráticas do país com as quais o PCdoB tem saudável convivência.”

Confira a íntegra do pronunciamento

"Na próxima sexta-feira, dia 25 de março, o Partido Comunista do Brasil completará 89 anos de fundação e de atuação ininterrupta na história do país, acontecimento de grande importância para a luta dos trabalhadores e para a democracia brasileira.

Filho das lutas dos trabalhadores, o PCdoB nasceu empunhando a bandeira do socialismo, a qual soube irmanar com as jornadas pelos direitos do povo e pelo desenvolvimento soberano e democrático do Brasil. O conteúdo dessa sua trajetória é que explica a sua longevidade e o seu contínuo rejuvenescimento. É o que o torna um partido cada vez mais jovem, sendo o mais antigo.

Ao encaminhar-se para os seus 90 anos, o PCdoB é uma legenda que se expande, alargando sua presença nas mais variadas esferas da luta política, social e de ideias. Organizado nas 27 unidades federativas do país, se aproxima da marca dos 300 mil filiados e aumenta o seu enraizamento entre os trabalhadores, a juventude e as mulheres. Valoriza suas relações com a intelectualidade progressista e com o mundo da ciência e da cultura. Empenha-se em enriquecer o marxismo-leninismo, através do qual busca conhecer e melhor interpretar a realidade brasileira e mundial.

Longo e difícil foi o caminho que percorreu até aqui. Enfrentou governos retrógrados e ditaduras que proliferaram durante o período republicano. Toda vez que a democracia foi golpeada, o PCdoB – com ela comprometido – foi o primeiro a ser atingido. Ostentando em sua bandeira os símbolos do trabalho, autêntica representação política dos trabalhadores, carne e unha com suas lutas e organizações, foi duramente perseguido pelas classes dominantes. Num país gigante, de riquezas sempre cobiçadas e saqueadas pelas grandes potências, atraiu o ódio do imperialismo e dos entreguistas de plantão, por sua defesa intransigente da soberania nacional. No contexto da “Guerra Fria”, foi alvo de anticomunismo rancoroso, calúnias e perseguições de toda ordem, devido à sua fidelidade ao socialismo.

Em consequência, nesses 89 anos de existência, desfrutou de apenas 28 de legalidade. Em toda República Velha, teve apenas sete meses e doze dias de atuação tolerada. Entre 1930 e 1985, teve apenas um ano, seis meses e dez dias de liberdade. Legalizado em 1985, completará este ano 26 anos de atuação livre ininterrupta. É um Partido que se forjou, portanto, combatendo ditaduras e defendendo a democracia e a liberdade! E apesar das duras condições de existência e atuação, ajudou a construir o Brasil de hoje. No decorrer de sua trajetória, a legenda comunista fincou raízes no solo pátrio e sua face foi ganhando as feições do povo brasileiro com sua cultura de criatividade, alegria, bravura e resistência.

Entre os episódios marcantes de sua existência, podemos destacar alguns. A Conferência da Mantiqueira, em 1943, que elegeu uma nova direção nacional e reestruturou o Partido, profundamente golpeado pela truculência do Estado Novo. A contribuição da bancada comunista nas Constituintes de 1946 e de 1988, onde defendeu com vigor os direitos dos trabalhadores, a democracia e a soberania nacional. A Conferência Extraordinária, de 18 de fevereiro de 1962, que garantiu a continuidade revolucionária do Partido, em meio a uma grave crise política e ideológica. A Resistência Guerrilheira do Araguaia – entre 1972 e 1974 –, momento alto de sua luta contra a ditadura militar e expressão maior da radicalidade do seu compromisso democrático.

Em seu 8º Congresso, em 1992, enfrentou com êxito o tufão anticomunista advindo da derrocada da União Soviética, reafirmou o Socialismo em novas bases, e traçou as linhas de enfrentamento ao neoliberalismo triunfante. Sua 9ª Conferência, em 2003, traçou as diretrizes para a participação dos comunistas em governos de coalizão, nos marcos do capitalismo, orientando a atuação de seus militantes no novo ciclo aberto com a vitória de Lula. E, finalmente, seu 12º Congresso, em 2009, aprovou um novo Programa, no qual o Socialismo – renovado e revigorado pelas lições de suas primeiras experiências – é a passagem para um novo ciclo civilizacional para o Brasil. Congresso que definiu o Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento como o caminho brasileiro para o Socialismo.

Consciente de que a luta dos trabalhadores e do povo é a força motriz das mudanças, o PCdoB vincula-se cada vez mais aos movimentos sociais e às suas mobilizações. Em 2008, junto com outras forças políticas e correntes do movimento sindical, empenhou-se na criação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Esta entidade, plural e classista, tem travado importantes batalhas em prol dos direitos dos trabalhadores, reforçando a atuação unitária das centrais sindicais. Da mesma forma, o PCdoB tem estreitado seus vínculos históricos com as aspirações revolucionárias da nossa juventude e valoriza a luta emancipacionista das mulheres.

Nas últimas eleições, ampliou sua representação tanto na Câmara dos Deputados, como no Senado – onde foi o quarto partido mais votado no país –, fortalecendo-se também nas Assembleias Legislativas. Engajou-se com afinco na campanha presidencial, contribuindo de forma decisiva para a terceira vitória consecutiva do povo, com a eleição de Dilma Rousseff. Exerce responsabilidades institucionais no governo da República, em vários governos estaduais e em dezenas de municípios. Luta para garantir o êxito do governo Dilma, que tem a missão de conduzir o país para uma etapa mais avançada de seu Projeto Nacional de Desenvolvimento.

No Rio Grande do Sul, manteve sua bancada estadual e dobrou sua bancada federal – elegendo a deputada mais votada do país, com quase 500 mil votos. Sua candidata ao Senado fez mais de 1,5 milhões de votos. Participa no Governo Tarso Genro ocupando as Secretarias do Meio Ambiente e do Turismo, além de outras importantes funções.

Nos últimos anos, o PCdoB tem participado dos processos eleitorais em um patamar mais elevado, lançando candidatos em importantes disputas eleitorais majoritárias, seja em nível municipal, ao Senado ou aos governos dos estaduais. Em nosso estado, o Partido vem aplicando esta nova tática, como o comprovam as eleições municipais de 2008. A participação direta na eleição majoritária municipal é hoje uma prioridade do PCdoB nos grandes centros urbanos. Em 2012, esta tática deve ser ampliada ainda mais e a participação do Partido na disputa por prefeituras se dará sempre que o PCdoB contar com lideranças capazes de enfrentar a disputa com perspectiva de vitória.

Sua expansão se dá sem perder a identidade comunista, cujo traço distintivo é a luta pelo Socialismo. Mas, ao mesmo tempo, o PCdoB não aceita modelos prontos e esquemas dogmáticos, sem cair no pragmatismo ou no espontaneísmo. Para levar adiante o seu projeto transformador, reafirma de forma permanente sua essência revolucionária, apresentando ao povo o seu Programa Socialista, ligando suas bandeiras futuras às batalhas do presente e apontando o caminho para alcançá-las.

Ao comemorar seus 89 anos, o PCdoB abre os festejos de seus 90 anos. Os comunistas do Brasil se orgulham de serem herdeiros e continuadores da saga heróica, iniciada em 25 de março de 1922, por seus arrojados e intrépidos fundadores. E homenageará as lideranças de todas as gerações que o edificaram.

Por tudo que o PCdoB representa, essas comemorações não serão só dos comunistas. Serão comemorações do povo, dos trabalhadores e de todas as forças e personalidades democráticas do país com as quais o PCdoB tem saudável convivência.

Como cantou o grande poeta latino-americano Pablo Neruda:

“E este habitante transformado
que se construiu no combate,
este organismo valoroso,
esta implacável tentativa,
este metal inalterável,
esta unidade de dores,
esta fortaleza do homem,
este caminho para o amanhã,
esta cordilheira infinita,
esta germinal primavera,
este armamento dos pobres,
saiu daqueles sofrimentos,
do mais profundo da Pátria,
do mais duro e mais golpeado,
do mais alto e mais eterno,
e se chamou Partido
Partido Comunista.

Longa vida ao PCdoB, à luta dos trabalhadores e do povo brasileiro, por um Brasil soberano, democrático e mais justo!"