Embaixador recebeu placa comemorativa

O Grande Expediente da sessão plenária desta quinta-feira (9) homenageou o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, comemorado em 29 de novembro. A proposta foi do deputado Raul Carrion (PCdoB) e contou com a presença do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, e da representante árabe palestina no Brasil, Fátima Ali.

Fazendo uma análise da migração do povo palestino e de sua luta histórica com o povo judeu na ocupação dos seus territórios, Carrion destacou “a importante iniciativa do governo Lula, que no último dia 3 de dezembro reconheceu o Estado Palestino, de acordo com o que foi definido em 1967, ato que foi seguido pelo governo argentino e brevemente será também pelo governo uruguaio”. No mundo, já são mais de 100 países que reconhecem o Estado Palestino, ente eles países asiáticos, africanos e uma parte dos países do leste europeu.

O parlamentar relatou que mais de seis milhões de palestinos vivem em campos de refugiados ou abrigados em outros países porque o estado palestino ainda não foi instalado, apesar de ter sido criado em 1967 junto com o de Israel, que em apenas alguns meses depois teve seu estado instalado e reconhecido. Ele criticou “a paralisação das negociações que visam a eliminação deste conflito”.

Conforme Carrion, “Israel controla 65% da Cisjordância e 40% da Faixa de Gaza, com seu exército e suas forças paramilitares implantando um regime de terror, onde a tortura é considerada legal e o assassinato de lideranças políticas e dirigentes palestinos é algo considerado normal”. O deputado questionou a “política agressiva de ocupação de Israel sobre a Palestina, provocando um verdadeiro genocídio, com mais de 800 mil palestinos expulsos, mais de 500 aldeias extirpadas ao longo dos anos e milhares de mortos”.

O Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino foi criado a partir de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), pois foi neste dia, em 1947, que a Palestina foi dividida em dois estados, mesmo sem ter sido consultada, explicou o proponente  Carrion.  O parlamentar disse ainda que na ocasião Israel ficou com 53% do território e com as terras mais férteis, e que os palestinos ficaram com 47% e com dificuldades de acesso a água. Lembrou que, “seis meses depois Israel já contava com a instalação do seu estado, mas os palestinos, até hoje, não conseguiram efetivar esta ocupação e este reconhecimento”.

Dia estadual
Carrion protocolará nos próximos dias um projeto de lei, que institui o dia 29 de novembro como o dia estadual ao povo palestino. O objetivo é marcar a data, que já é internacional,  pois o Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros que mais abriga palestinos, em torno de 25 mil cidadãos.

Agradecimento do povo palestino
O presidente da Assembleia Legislativa, Giovani Cherini (PDT), que presidiu a sessão de homenagem ao povo palestino, quebrou o protocolo e leu a mensagem de agradecimento feita pelo embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben. Na mensagem o embaixador salientou que “os amigos do Rio Grande do Sul sempre falam em voz alta e sem rodeios ao prestar apoio aos palestinos”. Afirmou, também, que em solo gaúcho os palestinos encontram um berço no Brasil para a imigração do seu povo, e que há mais de 60 anos os gaúchos sabem amar e respeitar os cidadãos que para cá vieram. Ressaltou que “o Estado é um exemplo de convivênia diária e solídaria entre os vários povos que aqui vivem”. O embaixador ainda agradeceu ao presidente Lula pelo reconhecimento do Estado Palestino, “livre e soberano”.

Estiveram presentes à solenidades, várias autoridades e integrantes da comunidade árabe palestina no Estado. Em aparte, prestaram sua solidariedade, os deputados Kalil Sehbe (PDT) e Ronaldo Zülke (PT).