Porto Alegre, sábado, 21 de dezembro de 2024

   

Deputado Raul Carrion - PCdoB-RS

10/11/2010
Lançada coletânea com os vencedores do Prêmio Lila Ripoll de Poesia

A coletânea do Prêmio Lila Ripoll de Poesias, Edição 2010, contendo os treze trabalhos selecionados neste ano, teve lançamento no final da tarde desta segunda-feira (8), no estande da Assembleia Legislativa na 56ª Feira do Livro.

 

Carrion é coordenador do Prêmio Lila Ripoll de Poesia     
Foto: Marcelo Bertani/Ag.AL

O deputado Raul Carrion, (PCdoB), coordenador do Prêmio, afirmou que “a publicação dos poemas vencedores tem como objetivo reconhecer e prestigiar os seus autores, homenagear a grande poeta e difundir o gosto pela poesia". O prêmio Lila Ripoll de Poesia foi criado em 2004, por iniciativa da então deputada Jussara Cony, também do PCdoB, sendo conferido a partir de 2005. O primeiro lugar ficou com Mariza Baur, autora de “Agora”. O segundo colocado foi Sérgio Bernardo, pela poesia “Figurante”. Em terceiro lugar, ficou Irede Farenzena, com “Fatos”.




Presente no lançamento, a ex-deputada Jussara Cony fez um breve retrospecto da criação do prêmio e leu um poema de sua autoria  em homenagem a Lila Ripoll

Nesta sua 5ª edição, o Prêmio Lila Ripoll teve a participação de 208 poetas, homens, mulheres e crianças, que inscreveram 455 poemas. O prêmio, na avaliação do deputado Raul Carrion, tornou-se "um patrimônio cultural da Assembleia Legislativa, do Rio Grande do Sul e do Brasil”.

Vencedores autografam a 5ª edição da coletânea
Foto:Marcelo Bertani/Ag.AL


Carrion lembra que Lila Ripoll sofreu as incertezas e amarguras do seu tempo. "Fez poesia, música, teatro, ajudou a organizar os trabalhadores e, acima de tudo,
lutou por uma sociedade de homens e mulheres, na igualdade e na paz”.

Quem são os três primeiros vencedores da 5ª edição:
A vencedora do primeiro lugar do concurso foi Mariza Baur, com o poema “Agora”. Mariza é jornalista, escritora, advogada, integrante do Ministério Público e diretora da União Brasileira de Escritores. Já publicou diversos trabalhos e recebeu vários prêmios, a exemplo do XXV Prêmio Internacional de Poesia Nosside, Reggio Calabria (Itália), em 2009.

O segundo lugar coube a Sérgio Bernardo, com a obra “Figurante”. Ligado à imprensa desde 1999, atuando como jornalista, revisor e cronista, Sérgio Bernardo é natural do Rio de Janeiro. Igualmente tem várias publicações e premiações, e participa do documentário ‘Um bonde chamado Santa Tereza’, falando um poema seu sobre o conhecido bondinho daquela bairro carioca, em 2006.


Fonte: Ag.ALRS
 

O terceiro lugar coube a Irede Inês Masiero Farenzena, natural de Antônio Prado. Pedagoga, Irede Inês é professora da Escola de Ensino Fundamental Don Matheus Pasqualli. Afirma que “sempre gostou de ler e começou a escrever pequenos poemas, por diversão, em 1992”. Tomou gosto pela Literatura e foi premiada em inúmeros concursos literários, a exemplo do que é concedido pela Casa do Poeta Brasileiro de Goiânia, Goiás, o que ocorreu em 2003.

Autógrafos
Estiveram presentes ao lançamento e autografaram a coletânea, os autores Gerci Oliveira Godoy, Renato Dias, Karin Kreismann Carteri, Elroucian Ucayali Santos da Motta, Haydé Schlichting Hostin Lima, Suzana Dulce Corrêa Fagundes e Natasha Centenário.

Confira os autores que participam da coletânea:
Vencedores
1.º lugar: “Agora”de Mariza Baur
2.º lugar:  “Figurante” de Sérgio Bernardo
3.º lugar:  “Fatos” de Irede Inês Masiero Farenzena
Menções Honrosas
1.ª menção honrosa – “Amenidades” de Haydée Schlichting Hostin Lima
2.ª menção honrosa – “Danos” de Haydée Schlichting Hostin Lima
3.ª menção honrosa – “Costura” de Suzana Dulce Corrêa Fagundes
4.ª menção honrosa – “O mundo visto pelas mulheres” de Haydée Schlichting Hostin Lima
5.ª menção honrosa – “Museu” de Renato Dias
6.ª menção honrosa – “Moira” de Elroucian Ucayali Santos da Motta
7.ª menção honrosa – “Para Ilham Mahdi al-Assi” de Karin Kreismann Carteri
8.ª menção honrosa – “Mulher in gramática” de Natasha Centenaro
9.ª menção honrosa – “Transeunte” de Renato Dias
10.ª menção honrosa – “SOS” de Gerci Oliveira Godoy

Quem foi Lila Ripoll
Lila Ripoll nasceu em Quarai no dia 12 de agosto de 1905. Formou-se pianista no Conservatório de Música (hoje Instituto de Artes da UFRGS). Foi poetisa, professora, jornalista e pianista. Em 1927 foi estudar em Porto Alegre, onde se diplomou pela Escola Complementar de Porto Alegre. Em 1930, ingressou no magistério estadual e lecionou Canto Orfeônico no Grupo Escolar Venezuela, bairro da Glória, onde compôs a letra e a música do hino da escola. A partir daí, passou a integrar o grupo de escritores gaúchos que ficaram conhecidos como a Geração de 30: Reynaldo Moura, Athos Damasceno, Manoelito de Ornellas, Vidal de Oliveria, Mario Quintana, Ovídio Chaves, Dyonélio Machado, Carlos Reverbel e Cyro Martins. Em abril de 1934, a partir do assassinato de seu primo e irmão de criação, Waldemar Ripoll, que militava no Partido Libertador, Lila, que nutria pelo primo um profundo afeto, entregou-se à defesa das causas revolucionárias.

Em 1935, ano da Aliança Libertadora Nacional, Lila, que era admiradora de Luiz Carlos Prestes, intensificou sua participação na Frente Intelectual do Partido Comunista. Começou então sua militância no Sindicato dos Metalúrgicos, junto com Eloy Martins, onde dirigiu o Departamento Cultural, deu aulas de música e literatura, encenou peças de teatro e fundou o Coral dos Metalúrgicos. Estreou em livro com “De mãos postas”, pela livraria do Globo, em 1938. Em 1941, publicou “Céu vazio”, pela livraria do Globo, com a qual ganhou o Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras.

Lila trabalhou em jornais como o Correio do Povo e A Tribuna Gaúcha, e nas revistas Universitária, Horizonte e A Leitura. Foi candidata a deputada pelo Partido Comunista em 1950, mas teve sua eleição impedida e voltou a atuar no movimento sindical. Com o golpe militar de 1964, foi presa e posteriormente libertada por motivo de doença, falecendo em fevereiro de 1967. Entre seus livros publicados, dois materializaram seu protesto contra as desigualdades sociais: "Novos Poemas" (1951), com o qual conquistou o “Prêmio Pablo Neruda da Paz", e "Primeiro de Maio" (1954). Militante comunista e revolucionária convicta, atuou no Centro dos Professores e no Grupo de Arte, fundado por ela para a promoção de espetáculos teatrais
Além de muitas outras obras, em 1967, a Editora Leitura, em convênio com o INL/MEC, lançou Lila Ripoll – Antologia Poética, dias antes de seu falecimento a 7 de fevereiro, em Porto Alegre, vítima de câncer.