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Raul construiu alternativa com sindicalistas
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Na sessão plenária da tarde desta quarta-feira (23), que durou cerca de quatro horas, os parlamentares aprovaram por 23 a 17 o PL 129/2010, do Poder Executivo, que eleva o valor do piso regional em 6,9%, estabelecendo os valores de R$ 546,57 para a primeira faixa e R$ 594,42 para a última.
Deputados da oposição tentaram em vão convencer o plenário de que a emenda que concedia 9,68%, do deputado Heitor Schuch (PSB), era melhor. Entre os argumentos apresentados estavam os de que o salário mínimo não aumenta o desemprego e que a diferença entre a proposta do governo e a da oposição era, em números absolutos, de apenas cerca de R$ 10.
Carrion usou a tribuna para defender a manutenção do piso regional. Lembrou que o Rio Grande do Sul foi o Estado pioneiro porque, no governo Olívio, foi instituído um piso regional 28% maior do que o salário-mínimo nacional.
“No decorrer do governo Olívio, o piso regional foi reajustado de tal forma que chegou a 30% acima do salário-mínimo, com uma política de valorização do mercado interno e do salário dos trabalhadores”, disse. Hoje, o piso está apenas 1 centavo acima do salário mínimo.
“A luta dos trabalhadores é para uma recomposição progressiva da situação inicial do piso regional, retomando um valor 30% acima do salário-mínimo. Para isso os trabalhadores propõem, de forma justa, um reajuste neste ano de 14%, que cobriria o índice de custo de vida, o avanço do PIB no Estado do Rio Grande do Sul e uma pequena recuperação do que se perdeu anteriormente.”
Carrion lamentou o que classificou como insensibilidade do setor empresarial, que negou-se a fazer uma negociação e defendeu a Emenda 2 ao projeto do mínimo construída com deputados do PT, do PCdoB, do PSB e do PDT, que propõe um reajuste idêntico ao que foi dado para o salário-mínimo nacional, o que faria com que pelo menos não houvesse uma deterioração ainda maior do piso regional. “Empataríamos o jogo e deixaríamos para um segundo momento a recuperação”, afirmou.
O parlamentar comunista condenou também o argumento de que com o aumento do valor dos salários acontecerá a informalidade, o desemprego. “O salário-mínimo, durante o governo Lula, teve um aumento real de 53%. E pergunto: aumentou o desemprego? Ao contrário, diminuiu o desemprego. Aumentou a informalidade? Ao contrário, aumentou a formalidade. O aumento dos salários levou ao aumento do mercado interno e fez com que o Brasil, diante da crise internacional, tivesse condições de enfrentá-la com o aumento do consumo interno. Essa é a resposta.”
Após o resultado, os oposicionistas lamentaram o que consideraram o "fim do piso regional", devido à sua defasagem em relação ao salário nacional.
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