Construção e serviços aumentam o número de empregados no país
Responsáveis por quase metade do emprego formal no país, a construção civil e o setor de serviços puxam a recuperação da ocupação com carteira assinada e ajudam a conter o avanço do desemprego.
A taxa de desocupação, que no auge da crise chegou a ser projetada para este ano na casa de dois dígitos, deve fechar 2009 ligeiramente abaixo de 9%. Se confirmada a projeção, a taxa de desemprego deste ano perderá apenas para a de 2008, de 7,9%, que foi a menor da série histórica apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As empresas prestadoras de serviços e, especialmente, as construtoras, enfrentam hoje dificuldades para recrutar mão de obra. Trabalhadores que foram demitidos no fim do ano passado por causa da crise já voltaram a se empregar na área, mas informalmente, para não perder o benefício do seguro desemprego. Esse movimento é uma clara indicação da resistência desses dois setores ao efeito dominó da crise.
Saldo de contratações em maio superou a média da década
No mês passado, entre admissões e demissões, foram abertas 131,6 mil vagas formais de trabalho em todos os setores no país, apontam os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho. Só na construção civil, o saldo líquido de contratações em maio somou 17,4 mil vagas, muito acima da média desta década para o mês de maio, que é de 10,7 mil, observa o economista da LCA Consultores, Fábio Romão.
Nos serviços, o saldo líquido foi de 45,5 mil vagas em maio, ante a média da década para o mês de 46 mil. No caso da indústria, agropecuária e comércio, os resultados de maio ficaram bem abaixo da média para o mês.
– A geração de empregos líquidos formais na construção civil e nos serviços já retomou os níveis históricos e não tem relação com o que acontece hoje na indústria, que está estagnada – afirma Romão.
Por causa do bom desempenho das contratações na construção civil e no setor de serviços apontado pelos dados do Caged de maio e do resultado da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE do mês passado, a consultoria acaba de rever a projeção para a taxa de desemprego deste ano, que cai pouco, mas se reduz de 8,8% para 8,7%.