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Carrion na ALERS (foto marco couto)
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O deputado Raul Carrion (PCdoB) participou nesta quinta-feira (5) da homenagem ao Dia Internacional da Mulher durante Sessão Solene na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. A deputada federal comunista Manuela d’Ávila representou a Câmara dos Deputados durante a sessão.
O parlamentar comunista lembrou, durante o pronunciamento, a participação do PCdoB no Legislativo gaúcho, que foi representado durante 16 anos por uma mulher, a combativa ex-deputada Jussara Cony. "Hoje o partido tem, no Congresso, a deputada federal mais votada de todo o país, nossa querida deputada Manuela d’Ávila, que proporcionalmente tem a maior representação feminina na Câmara dos Deputados", lembrou o parlamentar.
Para Carrion, o Dia Internacional da Mulher é inseparável da luta das mulheres e do conjunto dos trabalhadores por uma sociedade mais justa e mais fraterna. Historiador, Carrion explicou que a data surgiu em 1910, quando a IIª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas estabeleceu, por proposta da dirigente comunista alemã Clara Zetkin, o 8 de março como a data para homenagear as mulheres que dedicam sua vida à luta pela emancipação feminina e social.
"Desde então, a luta das mulheres contra a exploração de classe e contra a opressão de gênero, intrínsecas ao sistema capitalista, ampliou-se e aprofundou-se. Muitos avanços foram conquistados, mas muito resta por fazer", salientou.
Carrion elencou dados sobre a situação da mulher hoje. Segundo a ONU, as mulheres são responsáveis por dois terços das horas trabalhadas, se incluído o trabalho doméstico, e por 40% do PIB mundial, mas recebem somente 10% dos salários e possuem apenas 1% da riqueza da humanidade. No Brasil, apesar de já corresponderem a 47% da força do trabalho, chefiarem 33% dos lares e terem uma escolaridade maior do que a dos homens, ganham em média 67% do que esses ganham. Em geral, apenas têm acesso às atividades de menor prestígio e menor remuneração. As mulheres negras, as mais discriminadas, recebem a metade do que recebem as mulheres brancas.
Além de serem as mais exploradas, as mulheres também são os maiores alvos da violência. Segundo o Banco Mundial, 20% das mulheres do mundo são vítimas de violência física ou sexual. No Brasil, a cada quatro minutos uma mulher é agredida por alguém com quem tem uma relação afetiva. Entre 2002 e 2007, o número de mulheres assassinadas, em geral no âmbito doméstico, aumentou 23%, chegando a 227 homicídios.
As dificuldades porém, não são capazes de minimizar algumas vitórias. "As mulheres brasileiras conquistaram a Lei Maria da Penha, contra a violência doméstica; a quota de 30% nas nominatas eleitorais, para as eleições proporcionais; a licença-maternidade de 180 dias; a titularidade conjunta da terra nos assentamentos urbanos e rurais; e novos espaços no mercado de trabalho. Por tudo isso, esperamos que o Dia Internacional da Mulher seja um momento de reflexão e de luta contra todo tipo de desigualdade e discriminação, principalmente de gênero."
Carrion também lembrou a importância do trabalho das homenageadas durante a sessão: Anazilda Theodoro, Ângela Cristina Machado, Eleonora Spinato, Maria Helena Kettner, Neiva Regina Cardoso, Neusa Maria Heizelmann e Rosa Maria Garcia e a ex-vereadora Margarete Moraes, que fez história como a primeira presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre e como a primeira prefeita da Capital do Estado.
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